C.R.E.W
Leo Faria
Conheci o Leo por um acaso. Um bom acaso. Combinei jantar com uma amiga, que levou outra e o Leo. Partilhámos histórias e falámos de trabalho, o que levou a que combinassemos no dia seguinte juntarmo-nos e partilharmos ideias e fotografia.
O encontrou resultou num artigo que publiquei aqui no blog, BlueGinger meets Leo Faria e Juliana Herc. E agora, uma pequena entrevista com o Leo.
No teu site, está uma citação tua que diz: “A fotografia é uma arte. Como toda arte, deve ser feita com prazer, dedicação e, claro, ter um toque diferenciado. Tem que ter estilo e realçar nas pessoas o que elas têm de mais bonito”. O que diferencia a tua arte?
Eu gosto de beleza real, fujo do artificialismo da beleza perfeita e idealizada e também, não admiro o excesso de erotização. Acho minha linguagem mais fluída e natural e procuro o belo no real. Talvez por isso eu tenha me apaixonado pelo Street Style e deixado ele permear minha linguagem de forma tão intensa.
Conta-nos um pouco da tua história. Como é que a fotografia, nomeadamente a fotografia de moda, entrou na tua vida?
Meu pai sempre foi apaixonado por fotografia. Eu sempre via ele registrando tudo a nossa volta… Quando eu cresci, me apaixonei por Artes Gráficas, me formei em Publicidade e Propaganda e na faculdade tive contato com a fotografia de um modo mais formal, esse contato se estreitou quando fui trabalhar em agências de publicidade e chegou ao seu ápice alguns anos depois de eu ter aberto minha própria agência de publicidade e ter ministrado aulas de Fotografia e Criação numa universidade mas, de fato eu passei para trás da câmera depois de sucessivas frustrações com fotógrafos que não atendiam minhas expectativas enquanto Diretor de Criação e foi aí que optei por fazer eu mesmo abrindo mão de tudo que eu já havia conquistado e passando a me dedicar exclusivamente a fotografia e aqui estou eu…
A Moda surgiu de forma natural e logo se tornou uma grande paixão tão intensa quanto a paixão pela fotografia. Muitos dos clientes que procuravam a minha agência eram relacionados a Moda, quando me dei conta minha agência era especializada em moda e eu um fotógrafo de moda.
Porquê o foco no street style?
Eu não chamaria exatamente de Foco, na verdade vejo como uma evolução da minha linguagem fotográfica que se deu de uma forma tão orgânica quanto a minha trajetória como fotógrafo e essa não é minha principal atividade enquanto fotógrafo de moda e nem é o que quero. Na verdade uso essa linguagem e experiência das ruas para as Campanhas e Editoriais que crio e são para eles que vão a maior parte do meu tempo e esforço criativo.
Há alguns anos que fotografas a São Paulo Fashion Week. O que te dá mais gozo neste trabalho?
Na verdade eu acompanha todas as temporadas das principais semanas de moda do mundo e não apenas a São Paulo Fashion Week. O street style é imprevisível, rápido, dinâmico, solitário e livre, ja as campanhas de moda são complexas, envolvem estudos que partem de um tema e passam pelo estado de espírito, direcionando luz, maquiagem, modelos, cenário… É uma imersão gratificante, multidisciplinar e que envolve muitos profissionais. Essa contradição entre trabalhos me atrai e consigo extrair pontos individuais de cada um que acabo intercambiando, e desta maneira consigo alimentar uma evolução do meu estilo.
Qual o trabalho que mais te marcou?
Eu me apaixono por cada trabalho novo e cada trabalho novo se sobrepõe ao outro e todo o conjunto representa uma evolução natural da minha linguagem fotográfica e compõem minha trajetória e história. Recentemente estive em Portugal fotografando a Campanha da marca Juliana Herc, uma Brasileira radicada em Portugal, e sinto que esse trabalho entrará para o meu Portfólio e será um dos meus preferidos.
Quais os teus planos e objectivos para o futuro?
Venho desenvolvendo minha carreira internacional e buscando novos mercados além do Brasil.
Pergunta da praxe do Blueginger… Uma tendência ainda por inventar…
Uau… Que difícil… Não acredito muito na possibilidade de inventar tendências. Eu acredito mesmo naqueles que são capazes de perceber o comportamento humano, os anseios, necessidades, desejos… e atendê-los. O meu olhar é voltado para isso, para os outros.
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