Gonçalo Peixoto

Fotografias by Salvador Colaço

Gonçalo Peixoto tem 20 anos, é estudante de design de moda, e já tem uma marca com o seu nome. Este ano foi convidado a apresentar a sua mais recente colecção na semana da moda de Londres levando o talento português além fronteiras. Este é o Gonçalo na primeira pessoa.

Explica-me como é que aos 20 anos já tens uma marca tão conceituada com o teu nome?

Começou tudo aos 15 anos com um curso profissional em Guimarães e desde cedo percebi que era isto que queria fazer enquanto criador, ter a minha própria marca. Achei que fazia sentido depois de terminar os meus estudos de começar com algo meu, pessoal… sei que também é um processo que demora o seu tempo por isso quis começar mais cedo para aproveitar ao máximo toda esta experiência enquanto designer.

E os teus pais sempre te apoiaram?

Sempre! Quando eu lhes disse que era isto que eu queria fazer a única coisa que me disseram foi: “Nós estamos aqui para te ajudar, força”. Apoiarem-me e perceberem que muitas vezes não estou presente devido ao tempo que esta profissão implica é de uma compreensão e amor imensurável.

É preciso muita organização? É que eu na tua idade era mais maluca (risos)

Uma organização a 100% sem dúvida… (risos) a nossa agenda é muito apertada mas tenho uma equipa óptima ao meu lado que me ajuda em tudo o que preciso. Sem eles isto seria impossível.

Onde vais buscar a inspiracção para as tuas colecções? Existe uma constante ou são coisas que se vão cruzando na tua vida?

Música, teatro, cinema, arte. As últimas têm sido inspiradas em viagens que tenho feito: Marrocos, Finlândia… e agora esta última, de primavera/verão 2018 que apresentei em Londres foi inspirada na arquitectura de Ricardo Bófil. É uma colecção com muita cor, as riscas, tricotados muito geométricos e, para respirar um pouco a colecção, fui fotografá-la para Lanzarote que é totalmente o oposto, com muitas paisagens, montanhas, muito verde. O segredo é estar atento aos sinais.

Que mulher imaginas a usar as tuas colecções?

Uma Raquel Strada por exemplo (risos). Alguém que goste de moda e que goste de andar confortável sem ser desleixada. Uma mulher activa que se preocupe com a aparência.

E os materiais? Tu tentas fugir um pouco aos materiais que geralmente são utilizados por outros designers certo?

Gosto muito de fugir aquilo que se normalmente vê nas passerelles e nas lojas. Agora o que tenho estudado é o tricôt, descobrir novos pontos e fios que se podem fazer… pareço uma criancinha a descobrir um novo mundo (risos). Gosto de descobrir novos materiais e novas técnicas, desafiar-me.

A colecção Privavera/Verão 2018 foi apresentada na London Fashion Week. Explica-me como aconteceu este processo de internacionalização com o Portugal Fashion?

Uma talent scouter inglesa enviou-me um email a dizer que tinha visto o meu trabalho  e que gostava que eu apresentasse o meu trabalho no Oxford Fashion Studio, um espaço na London Fashion Week. Foi incrível, o realizar de um sonho de criança.

Tu agora tens 20 anos! onde te vês aos 30?

Quero muito conquistar uma plataforma sólida, não só a nível nacional como internacional. Um dos meus objectivos é apresentar as minhas colecções aqui em Portugal e lançar o meu nome no estrangeiro enquanto designer de renome.

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